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Arquitetos: Mesa Atelier
- Área: 250 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Nuno Almendra

Descrição enviada pela equipe de projeto. No desenvolvimento das vertentes da área de implantação, entre a cota superior do cemitério e a cota inferior do olival centenário, permitindo a manutenção do sistema de vistas existente e encaixada no território entre muros tradicionais de pedra de xisto com junta seca, desenvolve-se a Casa Mortuária de Barrancos.


Pelo exterior promovem-se intervenções pontuais que pretendem valorizar a área de intervenção - estacionamentos e acessos - com construção de pavimentos, muros de suporte e nova arborização para contrariar o efeito de "ilha de calor", minimizando o impacto visual das infraestruturas existentes.


A proposta de intervenção responde assim, não só ao enunciado e programa de concurso, como aos desafios do clima, integra a vegetação existente e adequa-se à morfologia do lugar, numa perfeita articulação entre arquitetura e território. Entre a cota alta do miradouro existente e a cota do acesso ao edifício, é construída uma praça pública, aberta à paisagem, que estimula o encontro. Na sua base, sustentando-a, surge o embasamento revestido a pedra de xisto local, que acolhe o edifício construído e faz destacar os corpos brancos das capelas funerárias, o tanque que reflete a paisagem e o "poço de luz" que ilumina o átrio presente no piso inferior.


Progredindo para o interior do edifício, os espaços passam a encaixar-se, encerrando-se à envolvente, entre ambientes e espaços que convidam ao silêncio e introspeção. Central na organização espacial - o átrio/sala de espera - funciona como espaço de estar, mas também de distribuição entre o programa público (instalações sanitárias, copa e capelas) e o programa de serviço (arrumos, áreas técnicas e área dedicada ao responsável do culto).


Nas capelas, a luz percorre o espaço de forma diferenciada ao longo do dia, todos os dias do ano. O sistema de abertura de portas e o mobiliário proposto permitem acolher o máximo de utentes sentados e, com a união das duas capelas, cerimónias diferenciadas.


Tal como nas construções vernaculares locais, pode afirmar-se que o novo edifício será sempre uma consequência do lugar, que procura ativar e promover, em paralelo, as pequenas economias locais através da utilização da pedra existente no local, da madeira e da utilização da cor branco em contraponto ao xisto, por forma a preservar a memória construtiva coletiva, contribuindo para a manutenção da cultura construtiva do alentejo e, em específico de Barrancos, permitindo que o novo edifício se "construa com a paisagem".






























